Grandiosa. Daria orgulho ver todas as mídias existentes repercutindo esse que seria, sem dúvida, o maior evento da cultura popular tupiniquim.
    Seu pontapé inicial se daria no Terreiro de Jesus, com uma apresentação conjunta de Ylê Ayê, Filhos de Gandhi, Olodum e Muzenza, precedidos por um discurso de Daniela Mércury acerca do "Manifesto Antropofágico de 1928".
    Perto dalí, e quase simultaneamente, na praça Castro Alves (que não existe de fato), Mariene de Castro daria seu grito de guerra: "Diga à mãe que eu chegueeeeei..." para começar os trabalhos naquele palco, que ainda contaria com apresentações de Riachão, Sambistas do Recôncavo e É o Tchan, permeados por um discurso de Daniela Mércury sobre "O Quanto é Duro Ser Bailarina No Brasil".
    No Campo Grande haveria um encontro de gerações entre Caetano Veloso e Pablo do Arrocha, com participações especiais de Chiclete com Banana, Dona Canô e Daniela Mércury, que discursaria sobre "A Subjetivação Da Identidade Baiana Nas Redes Sociais".
    No subúbio ferroviário Maria Bethânia dividiria o palco com Nira Guerreira. Depois Daniela Mércury falaria sobre "A Importãncia De Revitalizar o Carnaval Da Avenida" (que ela destruiu) e em seguida Ivete Sangalo receberia Claudia Leitte, com quem faria um solo (...).
    Barracas de comidas típicas destribuiriam acarajés, abarás e pipoca sem sal, e chefes renomados entrariam numa saudável disputa culinária entre Santo Amaro da Purificação e Cachoeira, deixando ao público a decisão quanto ao ebó mais saboroso do Brasil.
    Fechando com chave de ouro na Barra, teríamos Carlinhos Brown e Gilberto Gil, nus, protestando contra João Henrique e cantando "Mamãe eu quero". Em seguida uma Margareth Menezes horrorizada faria o "sim, sim, sim, não, não, não" presa pelos braços fortes de Silvano Salles.
    E pra terminar, um discurso de Daniela Mércury sobre "A Subjetivação Dos Bailarinos No Brasil Em Virtude Da Falta De Identidade Baiana Que Destrói o Carnaval Da Avenida, à Luz Do Manifesto Antropofágico de 1928, No Contexto Das Redes Sociais". Ufa!
    É, a Virada Cultural de Salvador seria única!...

   Sempre desejo aos amigos dos dois Faces que tenho (um "familiar" e esse com pseudônimo) um "Ótimo fim de semana!", na intenção de dizer-lhes: "Comam alguém!", mas às vezes acontece de eu mesmo não pegar ninguém, o que é uma sacanagem. O fato é que pensei que esse seria assim mas felizmente uma delícia ligou e veio aqui. Agora, quando a pessoa está com tesão mas trêbada, querendo foder, com o pau meia bomba e querendo que você suporte isso, a porra empena!

   Ele é lindo, parece aquele boneco que é o peguete da Barbie, acho que é Ken o nome. Simplesmente massa! E casado, porquê homem bonito casa aos vinte anos. O problema é a bebida. Eu também sou de tomar todas, hoje estou com vinte e nove e me acondicionei a cerveja, mas já bebi de tudo na vida: vinho, whisky, batidas e até 51 ou vodka com água de coco e aquela "laminha" do coco verde com açúcar, lá no sítio de meu avô; minha tia apelidou essa bomba alcoólica de "Faz-me rir". Dá pra adivinhar o porquê né?

   Mas esse rapaz bebe demais, e só me liga quando está bêbado. O fato é que ele precisa encher a cara pra ter coragem de me ligar pra vir aqui me dar a bunda. Então ele veio. Tenho um problema: hoje em dia só gozo uma vez, a segunda não existe, digo, a segunda gozada, mas o pau fica devidamente duro, e até quando aguentarem eu tô metendo. Então, como sou super versátil, a gente vai "se revezando" até que se dê esse derrame, pois depois que gozo não quero mais que ninguém meta em mim.

   Prefiro que o cara goze com meu pau nele e depois eu faço minha parte e gozo nele, em algum lugar. O problema é que um cidadão trêbado "num" goza, e o pau, "num" sobe todo. Aí fica tentando enfiar em você aquela porra "borrachuda" e querendo que você aguente esse suplício, sabendo que dalí não vai sair nada e tendo que fingir que está adorando a malemolência daquele pau lá atrás.

   Não entende que justamente por estar nesse estado é que o cacete dele não sobe e fica pincelando aquela rola em você, como quem fez promessa pra algum Santo e agora tá esperando a resposta. Então você aperta o pau dele pela base e fica conduzindo até sua bunda durante as duzentas e algmas vezes em que ele vai sair devido à moleza e, quando ficar "duro", e entrar, aproveita cada escapulida pra apertar bem as pernas e dar a ele a sensação de que ainda está lá dentro.

   Só não pode rir se ele estiver com o pau nas suas coxas ou naquele "campinho" entre o ânus e os testículos mas pensando que está dentro e ficar dizendo como seu cu é gostoso etc. E ri hoje, não suportei; mas disfarcei bem, escondendo o rosto no travesseiro. É que às vezes você não está sentindo porra nenhuma (e em outras só dor) e a criatura tá lá se achando o "rei da foda"; só rindo mesmo.

   O terrível de tudo é lembrar-se de que estava "no urru", pensando que não iria conseguir "dar uma" no fim de semana (pois tem hora que todo mundo some) e, finalmente conseguir, mas depois constatar que o negócio não foi tão bom assim. Devo estar muito exigente. O fato é que embora tenha cara de quinze anos aos vinte e nove eu já sinto o peso da porra do tempo em minhas costas e não tô aí pra qualquer coisa, sei lá...

   Eu deveria escrever um livro sobre as fodas ruins da minha vida, uma mais bizarra do que a outra. Ou talvez o que deva mesmo é criar um manual de fodas pra esse povo que pensa que sabe das coisa mas ainda tá por fora. Acho que abordarei desse assunto mais adiante. A gente precisa compartilhar experiências. Falando nisso: obrigado pelos relatos que me mandam por e-mail, vocês são "podres" (risos), me acabo de rir.

    Desde que aqueles mauricinhos lá e Brasília atearam fogo num índio e nada de fato lhes aconteceu, pois a juíza do caso disse em sua sentença que "Tratou-se duma brincadeira selvagem" que vemos uma escalada absurda da violência irracional nesse País. E violência irracional é de fato aquilo que nem mesmo se pode tentar justificar, diferente de crimes relacionados às drogas, passionais, rixas ou reações a fatos anteriores.

    "Brincadeira selvagem". Não havia palavra melhor; chegou a parecer trocadilho, se é que não foi. É que os bem nascidos queriam mesmo era ver arder um mendigo, não sabiam tratar-se dum índio, um selvagem. Mas eu poderia sugerir uma frase melhor: "Engano selvagem". É, porquê matar mendigo pode; sempre pôde e agora se pode mais ainda.

    Só na greve dos policiais da Bahia (cerca de uma semana) foram executados mais de trinta deles; e não pára de surgir notícias quanto a jovens que ateam fogo a esses seres humanos. Apesar da hilária condenação dos mocinhos de Brasília, estão todos muito bem e tocando suas vidas, aquilo foi apenas um lápso na biografia de filhos de gente tão ilustre, e só serviu mesmo pra lançar moda.

    Como diz um novo "poeta" baiano: "A galera tá inventando moda". Ah, e como tá! Que o digam as entidades de representação dos homossexuais, que não param de contabilizar atos violentos contra gays. Violência essa completamente irracional, já que surge do nada, em qualquer lugar e com a intenção clara de levar a óbito as vítimas.

    Recentemente foi em Salvador, dentro duma estação rodoviária no bairro de Pirajá. Seis marmanjos munidos com facas e paus cercaram dois garotos gays e fizeram o que quiseram até aonde deu... Digno de nota as facadas na cabeça de um deles. Havia centenas de pessoas no local mas todas ficaram assustadas e nada poderam fazer; segurança ou policial que é "bom", nada.

    Está virando moda no Brasil atear fogo em moradores de rua e espancar brutalmente homossexuais. E o que faz o Estado? Dá glória a Deus! Primeiro porquê em sua ineficiência para retirar das ruas e reabilitar os mendigos de modo bem planejado e definitivo, é um alívio saber que a "limpeza" está ocorrendo, mesmo assim. Segundo porquê mais recentemente algúns televangelistas de sucesso estão atacando de modo tão massivo os homossexuais, instando à violência contra eles, que acaba sendo como se o Estado tivesse a benção divina para sua omissão.

    São tantos os líderes evangélicos eleitos com "doações" de igrejas evangélicas, que já se intitulam "bancada evangélica" no Congresso Nacional. Mas o País é laico, isso significa que líderes religiosos não poderiam sequer se candidatar; igrejas não poderiam financiar campanhas, tão pouco dispor de concessões públicas de rádio e tv. Ou seja, esses caras estão alicerçados em areia movediça.

    "Culpa dos negros!", dirão, "Antes a nossa sociedade podia chegar na cara de um preto e dizer o que pensa sem dó nem piedade ou medo da cadeia. Agora não. "Não há mais racismo". Não se pode mais nem invadir um terreiro de Candomblé, quebrar tudo e tocar fogo, que virou crime. E aonde iremos despejar toda a raiva, o preconceito e o ódio que temos dentro de nós?" Fácil: ainda não há leis duras que protejam gays e mendigos, foda-se com o time deles!

    E assim seguimos rumo ao colápso religioso, sim, porquê esses caras também se odeiam, e quando não tiverem mais a conivência do Estado para brutalizar mulheres, negros, gays e moradores de rua, sobrarão eles mesmos, com suas várias visões da fé e entendimentos da bíblia. Será o mais curioso massacre religioso da História. Creiam: os religiosos um dia trarão o cáus ao Brasil!

    Mas, antes disso; agora mesmo, os gays irão reagir... E a vocês, é bom que tenham certeza de algo que vivem repetindo por aí a troco de grana: "O fim está próximo..."
 

    As pessoas me enviam e-mails sugerindo temas, e um bem recorrente é: "Fale sobre como dar ou comer um cu direito". Realmente há toda uma problemática inerente a essa forma de penetração; me refiro ao momento em si e a dor que ele gera. Mas essa mesma dor é parte fundamental do processo; ninguém vence na vida sem se esforçar, dar o cu é a mesma coisa. É preciso que haja dor para que se possa ter a exata noção, e apreciação, do prazer que vem depois. Interessou-me a complexidade do assunto e resolvi abordá-lo.

    Para tanto foi preciso uma discussão "acadêmica" com um colega que sugeriu que eu podesse ser um, "Viadinho". Minha resposta: "Meu caro, chupei a primeira rola aos cinco anos, num tempo em que nem se usava falar "boquete"; dei o cu pela primeira vez aos onze, ou melhor, tentei, pois o cara tinha 1,90m e uma tromba entre as pernas; mas perseverei, e depois de muita coação da minha parte, pois ele era maior de idade e se não me comesse eu diria a todo mundo que ele "abusou de mim", aos treze, enfim, entrou tudo. Comi a primeira bunda aos dezesseis, e até aqui já são dezenove anos de intensa atividade fodolística. E você vem agora me humilhar com esse diminuitivo? Eu sou é um "viadão"!"

    Uma colega que estava ouvindo me relatou depois as suas tentativas frustradas de dar para o namorado e pude ver então que o assunto é de utilidade pública nacional de extrema prioridade. Então vamos lá: não existe o "beabá" do cu, mas conhecendo melhor essa região fica mais fácil depois para lidar com ela, até porquê tem cus que de tão inespugnáveis mais parecem a Casa Branca: você vê a porta, mas não entra de geito nenhum.

    Eis a extrutura do canal anal: mucosa retal; musculatura circular; esfíncter interno; musculatura longitudinal; bifurcações medial e lateral; elevador do ânus; esfíncter externo superficial; esfíncter externo subcutâneo; linha branca de Hilton; mucosa epitelial pavimentoso; mucosa de transição e pele. Tem três centímetros de comprimento e é o responsável pela dor que a gente sente ao dar a bunda.

    Sem meias palavras: o cu não foi feito pra levar vara; por isso a dor. Ademais, os esfíncteres são como anéis involuntários, muito sensíveis, cuja função é justamente manter "a porta fechada"; e quando "percebem" uma ameaça de invasão é que se fecham mais ainda. Devido a isso é que sentimos a dor, que independente do tamanho do pênis, pode ser lacinante. O curioso é que esses mesmos esfíncteres, por sua alta sensibilidade, são os responsáveis por ser essa uma das zonas erógenas mais prazerosas.

    Contudo, ninguém ganha para a próstata, que fica depois do canal. Um homem bem acariciado nessa glândula pode ter vários orgasmos com ou sem ejaculação e sem precisar tocar no pênis. Disso deriva a palavra "prostituta"; é que as mulheres eram pagas justamente para introduzir o dedo no ânus do cliente e assim levá-lo ao delírio pelo acariciamento da próstata. Isso no tempo do Paganismo, quando o povo sabia viver, aí vieram o Judaísmo e o Cristianismo e fuderam com a porra toda, inventando pecado pra tudo.

    Tendo então compreendido o ânus e seu funcionamento podemos concluir que: pra dar o cu é preciso estar com vontade mesmo. Dor haverá sempre, seja ela absurda ou quase imperceptível, assim como também virá depois o prazer gerado pelo atrito do pênis com a próstata. Já as mulheres (sem próstata) não sentem prazer algum nessa forma de sexo, apenas dor. Mas no caso delas o cérebro, por meio duma providencial confusão, consegue camuflar a dor, dando-lhes a falsa sensação de prazer, e elas não perdem o bonde - vide anatomia feminina.

    Para finalizar, uma dica: já que o cu é seu, exerça você o controle durante o ato; até porquê quem tá metendo não sente dor alguma. E como os esfíncteres são anéis involuntários, o ideal é que você lubrifique bem seu ânus e peça pro cara apenas encostar o pau nele com o mínimo de pressão e esperar, pa-ci-en-te-men-te, que depois de um tempo o cu abre por si mesmo. Vale também escolher uma posição legal, nada de ir dando logo de quatro, por favor. Tente de ladinho ou apenas deite de costas com o cara por cima e deixe o resto com a Natureza.

   Beijos!

   Eu devia sair de casa com um bloquinho de anotações. Carnaval dá assunto pra mais de anos para quem é bom observador, e eu não deixo passar nada! Esse ano até que foi beleza, tudo na calma, afinal, coisas desagradáveis acontecem, mas até que vi poucas dessa vez. Interessante mesmo é o "comportamento" da festa a cada ano, como agem as pessoas, os artistas e as entidades que desfilam, e isso tuddo eu registrei muito bem.

   Lembro de que quando saí de casa, no primeiro dia, uma amiga minha e de minha mãe ligou e me disse pra tomar cuidado com a polícia. Em qualquer outro lugar se diria "Tome cuidado com os bandidos", mas ela tinha razão em dizê-lo sobre os policiais: eles haviam saído de uma greve inglória e estavam retados por isso, logo, iriam "pintar e bordar". Até que foram mais educados dessa vez. A excessão foram algúns imbecis que utilizaram sprays de pimenta só para abrir caminho.

   Quanto aos blocos, destaco a beleza do Cortejo Afro e a alegria dos Mascarados. Digna de nota foi a atitude de Margareth Menezes, que saiu no seu Afropop sem aquela turma que tornava o bloco um pé no saco: Muzenza, Gandhi etc. Aqueles blocos são bonitos de se ver de longe, prova disso é que o Afropop estava quase vazio esse ano. Durante o percurso as pessoas, vendo que ela estava só, poderam comprar o abadá a R$ 20,00 e a coisa encorpou um pouco e creio que no próximo ano sairá cheio.

   Os Filhos de Gandhi definitivamente perderam a referência. Quase não se via gandhi preto, e no bloco quase não se via gandhi branco; estavam sempre onde não deveriam estar, e galinhando que só a porra! Esses meninos brancos compram aquela fantasia apenas pra tirar ondinha e beijar todas, mas nem no bloco permanecem. Não raro se via gandhis com abadás do Eva e blocos afins por cima. Isso é um crime!

   No tempo dos pretos havia todo um ritual: um gandhi passava e a moça o chamava e pedia para que ele lhe aspergisse aquela lavanda, algo como "me abençoe"; feito isso o rapaz então pedia um beijo, tendo o recebido e gostado, o que resultava numa certa demora, o rapaz, de bom grado, presenteava a garota com um colar.

   Hoje não. O Ganhi tá na Castro Alves mas no Barra-Ondina tá cheio deles passando o rodo na mulherada, andam em bando e formam uma linha que mais parece uma rede de arrasto; forçam a barra, já chegam empurrando o colar e a boca e estão sempre se metendo em brigas. Gente, Filhos de Gandhi eram pacificadores! Contudo, foi um gandhi que protagonizou o momento mais belo da festa: no defile de Morais Moreira, já em Ondina, um velho bêbado ousou atravessar uma daquelas "cordinhas" de policiais e o fizeram retornar com certa "veemência"; pois o gandhi pegou a sua lavanda e aspergiu nos coturnos de todos eles. Foi lindo!

   No mais, todas as estrelas brilharam, até quem não tem luz própria como os filhos de Bell Marques, que não cantam porra nenhuma. Destaque para Daniela Mércury, Magary Lord, Tomate e Saulo Fernandes. Mas quem brilhou mesmo foram os foliões pois se comportaram muitíssimo bem dessa vez; deu pra sentir mais humanidade nas pessoas; até os pivetes estavam mais dóceis. Seria devido à promessa de "fim do mundo" em 2012?...

   Estamos num dos acontecimentos mais incomúns em nossas vidas: a greve da polícia. A última vez que isso aconteceu foi em 2001 e a penúltima em 1991. Sabendo que Olimpíadas, Copas do Mundo e Eleições só acontecem a cada quatro anos, a greve dos policiais passa a ser o terceiro evento mais raro da História, ficando atrás apenas das coroações na Inglaterra e da passagem do cometa Halley. Então, vamos aproveitar!

   Você já foi assaltado? Não?! É muito importante ser assaltado nesse momento; faz com que seus amigos se interessem de fato por você, além de te dar assunto; sem aquela de ficar contando piadas de Ary Toledo só por não ter mais o que falar. Ademais, como em todo caso que se conta, você poderá sempre adicionar um detalhe novo, como a "violência que o meliante lhe tratou" ou "como você pensou que iria morrer", etc. Só não vá falar do tamanho dos bíceps do cara! Seja um viado racional.

   Num assalto é preciso seguir algumas regrinhas muito úteis, pois de sua aplicação dependerá a sua volta pra casa, na paleta mesmo ou no carro da 'Funerária Jesus te Espera'. Não grite. O ladrão está mais nervoso que você e precisa "te dar pressão" só para que você fique atônito e lhe dê até a bunda se solicitada. A vítima ideal tem que ficar em pãnico sem gritar, como num estado de choque, assim o trabalho do rapaz se dará com maior rapidez.

   Levante as mãos. Um cachorro quando quer mostrar que está às ordens faz uma "reverência" com as patas dianteiras; no nosso caso basta levantar as mãos discretamente e o ladrão saberá que você tem consciência de que se fodeu. Deixe, e sugira, que ele te reviste, assim se evita o risco de ele pensar que você tem uma arma na roupa ou bolsa e vai sacar.

   Não converse com ele. Puxar assunto com assaltante mata mais que fome na África. Até porquê baiano tudo se conhece, e basta trocarem umas poucas palavras para começarem a unir os elos. É capaz de no meio da conversa você descobrir que o assaltante é primo de segundo grau por parte de mãe daquela menina lá de Cajazeiras XXV que é sua prima de sangue emprestado, filha do seu tio de consideração que tá com a sua tia mas já comeu a sua mãe.

   "Ah, mas eu posso pedir o meu chip?" Vai tomar no cu desgraça burra! O importante duma situação dessas é quando acaba logo, e bem. E você quer atrasar o roteiro do vagabundo pedindo pra ele te dar o seu chip? Isso você compra depois, mil que seja. Lembre-se que muito assaltante não sai de casa pro "trabalho" sem "fazer a cabeça" antes. Ajude-o a te assaltar o mais rápido possível, do contrário, numa dessas você ainda se fode.

   Saia com algum dinheiro. Na boa, não tem policiamento nas ruas, está havendo uma onda de arrastões e homicídios e a insegurança reina e governa na Bahia. Então saiba que o melhor a fazer se não sair de casa for impossível é levar o "faz-me rir" do ladrão. Não queira por nada nesse mundo ser assaltado sem ter algo pra dar! Entenda que ele investiu em você esperando algum retorno, ele estudou várias vítimas e lhe escolheu por achar que você era "o cara", vá decepcionar sacana...

   "Ah, mas comigo não! Eu saio é puro nessa porra, se ele quiser que leve a minha cueca." Meu santo, seria ótimo se ele quisesse a sua cueca e, queçá o seu cu de brinde, assim você até "se descobriria", caso já não dê. Mas o fato é que eles agridem violentamente e não raro matam as pessoas que tiveram a infelicidade de não ter o que lhes dar na hora.

    Amigos nesse texto usei de humor pois as dicas são úteis, e o humor é um condutor perfeito; mas estou muito triste. Saibam que um jovem com um mundo de possibilidades à sua frente foi assaltado e morto na noite do dia seis, sua familia soube na manhã do dia sete, ontem, e seu sepultamento se deu à tarde no Campo Santo. Eu o conhecia. Não quero saber de quem é a culpa, está feito. Só não quero receber outra notícia dessas de novo. Cuidem-se, por favor.

   Recentemente recebi um sms duma amiga que finalizava assim: "Olhe pra mim, quero muito falar com você!", e eu pensei "Olhe pra mim' num sms?!" Tem gente que não tá nem aí para a razão, e isso me irrita pois diferente deles eu ainda não fiquei louco. Parece um lápso bobo, mas são tantos assim, cometidos por tantos que se a gente for deixar pra lá a Lógica vai morrer.

   Há também comportamentos bizarros, eis um: você vai pela primeira vez à casa de alguém que não lhe conhece, toca a campainha ou chama e, um(a) filho(a) da puta responde: "Quem é?" e você: "Sou eu", ao que ele(a) retruca: "Eu quem?" e você: "Phulano de Tal" e ele(a): "Phulano? Mas que Phulano? Eu não conheço Phulano nenhum não. Phulano daonde?!"  E você se controla pra não dar a resposta mais certa: "Da casa do caralho sua miséria! Tira a porra do cu da cadeira pra abrir a porta e ver quem é!"

   Você só pensa, não fala, e depois tem que ser criativo pra dizer o óbvio: que ele(a) ainda não lhe conhece mas que você precisa ser atendido pois foi alí por algum motivo. Velho é que é retado pra fazer isso. Eles e aquelas putas gordas preguiçosas que não saem da frente da tv.

   E as demonstrações de amor em público?! Odeio casais de namorados que ficam se dando aquelas "coladas" no meio da gente como se um quisesse engolir a cabeça do outro. E os gays lutam pelo direito de fazer o mesmo em público, já que viado não sabe se beijar de outra forma, ou falta educação na maioria. Pior que eles só aquelas sapatas com cara, corpo e mente de estivador, que andam gingando que nem malandro e apertando uma rola imaginária em suas calças. Aff!

   Junte a isso os tratamentos carinhosos que seriam lindos se fossem mantidos na intimidade deles: "mô"; "môzinho"; "binho"; "bimbinho"; "bem"; "bemzinho"; "neguinho" e, os piores: "painho" e "mainha"; todos rigorosamente pronunciados com aquela estranha voz de retardado acompanhada de biquinho na boca, coisa típica de apaixonados.

   Quem nunca teve um amigo que chama seu pênis por algum apelido carinhoso? Éh, tem até isso. Conheci algúns desses seres e seus apelidinhos: "Duquinha"; "Criança"; "Jamanta"; "Alexandre o grande" etc. E o pior de tudo é que eles conversam com seus respectivos! Se bem que pra mim a pior coisa mesmo nesse sentido é homem brocha que não entende que poderia ao menos dar o rabo pra compensar de alguma forma na cama.

   Eu não gosto de homem do pau pequeno. Não gosto! O ego desses caras vai na extratosfera. Tira onda quem pode, mas mesmo os roludos não são tão pra frente. E aqueles que choram pra te dar o cu mas não querem beijar na boca porquê dizem que é "Viadagem"? Pergunto logo se sou alguma puta pra foder sem beijar! É muita falta de noção.

   Enfim, eu poderia falar de quem liga música alta no celular em todo lugar; de quem se veste mal; de pessoas que só por educação a gente manda que apareçam em nossa casa, e aparecem; dos que aparecem sem avisar e, dos que não querem mais sair. Mas acho que já tá de bom tamanho. O fato é que a falta de noção dessa turma cobra de nós um preço muito alto quando ficamos calados e não reagimos. Então solte o verbo na hora! Em cima da minha existência só quem sapateia sou eu!

   Eu não gosto de burrice! E toda a lógica intrínseca a esse evento é de uma burrice exemplar. Tudo bem que a Bahia não se desvencilhou do seu espírito de província nem quando Salvador era a capital do País; aliás, um dos motivos que a fizeram perder esse posto. Não dá pra exalar grandeza quando se tem a alma pequena. E a Bahia é sim, menor.

   Nós falamos da nossa cultura, excessiva, por sinal. Falamos do Samba, que de fato surgiu aqui, como corruptela do Semba africano, e é verdade. Falamos da nossa história toda, mas não temos visão de futuro. Planejamento zero! Até uma porra dum metrô que liga o cu ao caralho da cidade, e que deveria ter sido concluído em três anos, dada a diminuta extensão de seu trecho e a inexistência de sentido do mesmo, está há dez anos em obras.

   E ninguém se pergunta quem foi o gênio que teve a idéia de construir um metrô no trecho mais desnecessário da cidade, como se o grande fluxo urbano fosse entre Pirajá e Estação da Lapa. Ainda que fosse daria em nada, é que dos míseros 13km originais, que custariam R$ 600mi, só 6km estão "prontos", e por eles já pagamos R$ 1 bilhão. As estações não terão wc's, e a passagem custará cerca de R$ 15,00, mas relaxe, com o dinheiro dos seus impostos a Prefeitura irá subsidiar a tarifa, que ficará mais em conta.Triste Bahia!

   Mas vamos falar de merda. Vai começar o Festival de Verão de Salvador! Eu não consigo entender como é que alguém arma um circo daqueles para oferecer como atrações todos os anos as mesmas caras que as pessoas já vêem o ano todo, sendo que em menos de um mês depois verão de novo 95% deles, e de graça, no Carnaval. Isso fode o meu intelecto!

   Há quem diga que a culpa é dos empresários, que não investem em festivais de porte internacional na Bahia, como é o SWU, por exemplo; mas ninguém nega que algo assim daria certo em Recife. Por quê? Porquê lá tem pouco preto?! Não entendo essa mentalidade, mas foi o que me argumentaram, é claro que com cuidado, sem usar essas palavras, afinal, as pessoas têm medo de parecerem racistas. E é bom que tenham!

   Não importa a cor, o baiano em sua maioria gosta de merda! E engana-se quem pensa que Pagode é coisa de preto. Tudo bem que é feito por pretos. Mas quem "quebra" mesmo até de manhã são os jovens patrícios da sociedade baiana, quase todos brancos. E, pasmem, mas é "chic" entre os nossos universitários cair numa suingueira toda semana. Vão se foder!

   Todo fim de semana tem ensaio de alguma porra que nunca extréia, quase sempre Axé e Pagode. E ainda me inventam um festival basicamente disso. É o que?... Vai me dizer que o baiano é tão carente de Axé assim ou dependente da "quebradeira" que não pode ouvir um Rock, um Soul, um Jazz vez ou outra? Nunca vi tanta falta de amor próprio. Até São Paulo, aquele lugar fuleiro que não dispõe de nenhuma cultura original parece mais culto que isso aqui.

   Aí vão, burros que só a porra, pro Festival de Verão, achando que "vão causar", que estão participando de algo grandioso. Eis o exercício da pequenês! Rebanho de fudidos de merda, vão se refinar! Vão cobrar seus direitos! Vão exigir respeito para consigo! E, sobretudo, aprendam a se respeitar! Assim a Bahia deixará de ser tratada como algo menor.

   
    Em pesquísa divulgada  recentemente, na qual analisou-se três grupos de pacientes que haviam sofrido algum tipo de dano cerebral, constatou-se que aqueles que ouviram música durante o tratamento apresentaram uma recuperação de 60% enquanto que os do segundo grupo, que ouviram livro-áudios, melhraram em 40%.
    A pesquísa tinha por objetivo estudar a influência da música em nosso estado emocional e a sua capacidade de cura, o resultado foi um sucesso.
   Ora meus amigos, já na antiguidade Platão recomendava música como tratamento para os "males da alma". E quem não já recorreu a esse remédio nos momentos significativos da vida? Há músicas para tudo: desde a "Lista de compras" de Amado Batista, passando por "Um brasileiro" de Chico Buarque, entre outras, até "A vida do viajante", de Luiz Gonzaga.
   Mas é no que tange ao amor que a música nos toca mais diretamente: "Eu tenho tanto pra lhe falar / Mas com palavras não sei dizer..." Quem nunca sentiu isso? Algúns quando tomam coragem chegam acanhadinhos, como que pedindo licença: "Deixa eu dizer que te amo / Deixe eu pensar em você..." Outros são incisivos: "Me diz quanto custa o teu sorriso / Me diz quanto custa o seu amor..." Em todas as línguas se pormete de tudo: "Para tu amor lo tengo todo / Lo tengo todo y lo que no tengo tambíen..." E há aqueles que não reconhecem limites: "E vou contar pra todo mundo / Eu vou pixar sua rua / Vou bater na sua porta de noite completamente nua..."
   E com atitudes que são refletidas em músicas muitos conseguém o que querem: ser amados. Outros não; algúns se decepcionam e, em muitos casos o sentimento até acaba, mas as músicas, são eternas: "Se o amor se vai / Tanta nostalgia na canção que um dia só nos fez sonhar..."
   Mas há muito mais músicas para os que sofrem, choram, mas vão atrás: "Eu tô no celular / Falando de um bar / Bebi todas pra poder ligar..." Nesses momentos, quem vacilou tem que cortar um dobrado... As mulheres choram, choram, e os homens põem até o maxismo para escanteio: "Dizem que a mulher é o sexo frágil / Mas que mentira absurda..."
   Sim queridos: por amor se faz muita coisa, e as músicas acompanham tudo isso. Já se fez música para a conquísta, a separacão, a saudade, a dor, a volta, para o próprio amor e até para a covardia: "Eu pensei em lhe falar / Quase fui te procurar / Mas evitei e aqui fiquei / Sofrendo tanto a esperar / Que um dia você por fim / Talvez voltasse pra mim / Mas me enganei / Então eu vi o longo tempo que perdi..."

   Sim, há música para tudo! Então, encontre a trilha sonora da sua vida em suas atitudes, e que essa música seja linda! Mas lembre-se que também há música para o que já não tem solução: "Deixe-me sozinho porquê assim eu viverei em paz / Quero que seja bem feliz junto do seu novo rapaz / Rasgue as minhas cartas e não me procure mais / Assim será melhor meu bem / O retrato que te dei se ainda tens não sei / Mas se tiver devolva-me..."

   Não irei lhe encher de mensagens positivas e aquela melação toda que a gente sempre ouve no fim do ano e que eu mesmo já estou cansado. Quero apenas lhe parabenizar por ter chegado até aqui. O que significa que você fez algo de bom para isso. Não que quem morreu não tenha feito, longe de mim dizê-lo. Dizem até que os bons morrem jovens. Pode ser. Mas se for mesmo assim eu deveria ter sido um traficante, estuprador, homem-bomba, bandido etc. Será que assim eu seria "Bom"?...

   Não importa se boas pessoas morrem jovens, elas são a minoria. Não teria sentido na lógica da Natureza todo mundo morrer velho. Alguma coisa teria que acontecer para não ser assim; nem que fosse, advinhem: nós mesmos nos matarmos, como acontece. Cada ano que passa é um presente, uma recompensa por boas atitudes. Sem a babaquice das filosofias fuleiras que chovem por aí, tipo: "O Segredo".

   Não estou inventando isso. E a prova é que os maus não duram ou, ao menos, não tanto quanto a maioria dos bons, os que não fazem coisas ruins com as outras criaturas. Parabéns pra você! Continue assim. Tenho só 29 anos mas conheci muitos valentes e vi até algúns caras muito maus. Você não poderá vê-los, mas se quiser saber do paradeiro deles vá a um cemitério próximo. Outros aguardam o momento de se juntar a eles...

   Seja covarde! Por favor, seja covarde! E brinque muito! Leve a vida na "sacanagem", pois ela tem bom humor, e vai ser boa com você. Brinque! E ria muito. Não precisa rir das suas desgraças pois aí já é loucura, mas não leve nada tão a sério. Saiba viver! O espermatozóide que fecunda o óvulo não é o que chega primeiro, mas o que penetra mais rápido; então tenha jogo de cintura - sem ser desonesto.

   E para 2012? Vou te desejar sucesso? Como? Você está se empenhando em algo no qual possa ser bem sucedido? Ou devo lhe desejar dinheiro? E o que você está fazendo para conseguí-lo? Áh, saúde?! A quanto tempo você não vai ao médico para saber se realmente está tudo bem ou se não há algo... em início que ainda possa ser curado? Do céu cai até turbina de avião em nossas cabeças, mas as coisas boas nós é que temos que batalhar.

   Acredite: palavras não têm poder, atitudes sim. Então, eu desejo que você trabalhe em algo maneiro no qual dê tudo de si e tenha muito sucesso!  Que esse sucesso se converta em dinheiro para que você tenha uma existência satisfatória! E que você nunca deixe de ir ao médico porquê está empenhado demais no trabalho, para ganhar dinheiro. Assim você terá saúde!

   No mais, bote pra f...! Experimente existir! Quando foi seu último porre? Faz quanto tempo aquele dia 'massa' com os amigos ou a família ou a pessoa amada, que você não esquece? Todos nós lembramos de dias assim que tivemos na vida. Mas aonde estão essas pessoas agora? E os dias especiais, ficaram no passado?... A distãncia é a mais cômoda das ilusões que estabelecemos para justificar as ações que não dispõem de justificativa plausível. Isolar-se é uma delas. Viajou esse ano? Foi ao cinema, ao teatro? Fez sexo de qualidade, digo: gozou? Se você não consegue levar a melhor nisso, que é o princípio da vida, dificilmente levará no resto dela.

   Não sei se há céu ou purgatório, mas eu seria o pior dos indivíduos se não podesse entrar no céu por ter cometido algúns pecados. Hei de cometer todos! Desde que em nenhum deles possa ferir quem quer que seja. E se tiver mesmo que passar pelo purgatório, que ao menos os pecados tenham sido muito bons, o suficiente para justificar tal hospedagem.

   Há uma frase duma música de Jota Veloso que ouvi e tornei o meu lema: "Bom, é viver por viver, ter prazer por prazer, e morrer por morrer."

Façam 2012 ser Feliz para vocês! Vocês conseguém! E sintam-se por mim desconcertantemente abraçados!